terça-feira, 17 de junho de 2008

Energia



Tanta reforma, tanta mudança, tanto atrito, mas neste momento se há reforma necessária é a da energia. Uma reforma além do estado, das empresas públicas e privadas, dos transportes, da indústria, tem que ser uma reforma das mentalidades. É certo que os recursos petrolíferos estão no seu limite. Tanta gente inteligente, tanta inovação, tanta tecnologia, e como é possível que tudo o que temos dependa deste ouro negro. Como é possível que a sua presença ou ausência afecte tantos milhões de pessoas de todas as faixas sociais e etárias, da América até ao Japão? Se temos que começar a remediar então remediamos já tudo. Do ponto de vista da ciência há que aproveitar toda a energia solar, há que aproveitar qualquer queda de água, qualquer vento. Qualquer fonte de energia deve ser aproveitada e usar os combustíveis fósseis apenas para emergência ou "backup". Neste momento temos o inverso. Do ponto de vista da sociedade, do modo como vivemos, os descalabros são enormes. Estamos de luz acesa em dias de sol, por capricho ou porque os edifícios não são construídos para usar os recursos naturais de uma forma eficiente. Os mesmos edifícios, têm perdas de energia enormes que obrigam ao uso de aquecedores no inverno e ar condicionado no verão. Este tipo de remendos tem que acabar, para o bem da nossa energia, do nosso planeta e o nosso próprio bem. Na cidade onde moro, mais de metade das pessoas deslocam-se diariamente para o centro de Lisboa no seu carro particular, entupindo completamente os acessos à capital, poluindo o nosso ar e destruindo as nossas reservas naturais. Quantas destas necessitam mesmo de levar o carro particular? Quantos veículos não levam apenas uma pessoa e poluem de forma igual aos que levam 4 e 5?Não pode haver um reaproveitamento do deslocamento?

Por vezes pensamos que vamos viver cá para sempre, mas neste aspecto dá-nos sempre jeito pensar, "nessa altura já cá não estou!!"

Na forma como vejo o futuro energético, o governo teria que intervir nestes casos, impondo um pouco os valores energéticos aos cidadãos. Quem andar diariamente de carro particular terá que justificar a necessidade do seu uso, dando incentivos fiscais e financeiros para o uso dos transportes públicos tanto para os que usam os mesmos como para as empresas que fornecem os serviços. O uso do carro passaria a ser um último recurso e a cidade estaria repleta de bicicletas, transportes públicos e transportes movidos a energias não poluentes. Teria que passar a imagem que viver saudável não é só comer verduras mas também viver em harmonia com o nosso planeta.

Se superarmos este grande problema, talvez nos livremos desse grande lobby das petrolíferas e do seu domínio imperialista... mas não podemos entrar em euforias, porque a nossa água também já viu melhores dias.



Nessa altura já cá não estou!!

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