sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Tabaco: não sei se mata, mas sei que mói

Não sei se passou nos comuns noticiários, mas tive acesso a esta informação através do programa Cartaz das Artes na Sic, e como dá bastante tarde decidi ecoar a notícia aqui no meu blog, tornando este tema de hoje, conversa amanhã. Segundo o Cartaz das Artes e que depois conferi no Diário Digital, parece que a bailarina Cláudia Dias teve que cancelar um espectáculo em Glasgow na Escócia pelo facto de fumar ser parte integrante na coreografia. O espectáculo estava previsto para dia 11 deste mês, mas teve que ser cancelado devido à actual lei vigente na Escócia sobre a proibição de fumar em lugares públicos. Em Portugal, mais cedo ou mais tarde, lei semelhante também entrará em vigor, talvez por uma maior conscialização das pessoas em relação aos malefícios do tabaco e um maior empenho dos sucessivos governos em campanhas anti-tabágicas. Eu sei que o tabaco faz mal, eu sei que não tenho o direito de incomodar as outras pessoas com o meu fumo mas sou completamente contra essas campanhas extremistas em que se trata o fumador como um doente sem cura e contagioso e o fumo como um veneno que mata instantaneamente. As leis são para serem aplicadas, e as próprias leis são susceptíveis de excepções, em que neste caso a cultura e arte deveria ser claramente uma excepção. Deveria ser publicamente anunciado que haveria fumo de tabaco e quem se sentisse realmente incomodado com isso simplesmente não assistiria ao espectáculo, se houvesse fumo e não fosse claramente anunciado, então deveriam-se punir os responsáveis. Medidas extremistas nunca foram adequadas nem nunca o vão ser. Na própria Escócia, no ano passado, em Edimburgo, o actor britânico Mel Smith não foi autorizado a fumar durante a peça “Allegiance: Winston Churchill and Michael Collins”, em que interpretava o inveterado fumador de charutos Churchill. Minutos depois de terminada a representação, Smith fez questão de aparecer à janela do teatro, fumando e disse: “Adolf Hitler teria ficado deliciado com esta lei. Parabéns, Escócia”.

Estes senhores têm reescrito a história, tirando de todas as figuras fumadoras mais emblemáticas o seu tão precioso cigarro. Tiraram o cigarro da mão de McCartney e colocaram uma palhinha no pobre Lucky Luke. Só espero que não criem uma lei parva contra o Whisky, senão quem se zanga sou eu.

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